Métodos de Amostragem de Mamíferos: Devido à falta de uma equipe especializada em mastofauna, não foi aplicada uma metodologia específica e eficiente para este grupo. Desta maneira, os registros foram baseados na visualização direta dos animais em campo, tanto durante o dia como à noite, e entrevistas com funcionários do parque e frequentadores locais.
Desse modo foram registrados 5 espécies de mamíferos no Parque Nacional Morro do Osso: Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) (tipo de registro: entrevista); morcego-fruteiro (Sturnira lilium) (tipo de registro: capturados quatro espécimes em rede de neblina); preá (Cavia aparea) (tipo de registro: entrevista e avistamentos); ouriços-cacheiros (Coendou villosus) (tipo de registro: entrevista); bugios-ruivos (Alouatta guariba clamitans) (tipo de registro: avistamentos e entrevista).
Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris)
Morcego-fruteiro (Sturnira lilium)
Bugios-ruivos (Alouatta guariba clamitans)
Aves
Poucas espécies exclusivas de mata podem ser mencionadas, entretanto, essas são fortes indicadores de que os morros da cidade contêm remanescentes de uma flora original da região de Porto Alegre e, consequentemente, uma fauna a ela relacionada. Entre as aves de Mata Densa constatadas no Morro, há pica-pau-dourado (Piculus aurulentus), dançador (Chiroxiphia caudata), anambé-branco-de-rabo-preto (Tytira cayana), vira-folha (Sclerurus scansor) e sabiá-ferreiro (Turdus subalaris), sendo a primeira considerada uma espécie “Near-threathened” por Collar et al (1994) e relacionada à Mata Atlântica.
Pica-pau-dourado (Piculus aurulentus)
Ainda podem ser somadas às espécies acima mencionadas outras espécies de mata e/ou Borda de Mata que não são mais comumente registradas em Porto Alegre, porém ainda podem ser observadas no Morro do Osso como os pica-paus – Veniliornis spilogastes (picapauzinho-verde-carijó), Celeus flavescens (joão-velho); o dendrocolaptideo – Sittasomus griseicapillus (arapaçú-verde); os furnarídeos – Synallaxis cinerascens (pi-puí ou joãoteneném-da-mata), Lochmias nematura (joão-porca), o tiranídeo: Pachyramphus polychopterus (caneleiro-preto), o sabiá – Turdus albicolis (sabiá-coleiro), os emberezídeos – Poospiza lateralis (quete), Saltator similis (trtinca-ferro-verdadeiro), e Sthephanophorus diadematus (sanhaçu-frade)). Para a conservação dessas espécies é fundamental que a área do Morro do Osso seja mantida sob menor impacto de antropização possível e que as trilhas ecológicas para visitação pública do Parque sejam cuidadosamente estudadas para minimizar o impacto sobre o tipo de vegetação que assegura a presença dessas espécies no local.
Arapaçú-verde
Herpetofauna (Anfíbios e Répteis)
A jararaca-pintada (Bothrops neuwedi), uma espécie bem representada no Morro do Osso, é um animal que pode se tornar agressivo se molestado, embora não costume atacar sem ser perturbado. Em regiões urbanizadas ou agrícolas, essa espécie representa um importante controlador das populações de roedores, já que se alimenta quase que exclusivamente deles. Outra espécie importante no controle de populações no parque é a cobra coral-verdadeira (Micrurus altirostris), que se alimenta exclusivamente de serpentes e lagartos fusiformes. Mesmo sendo uma espécie peçonhenta, não representa perigo para as pessoas, já que não tem comportamento agressivo e vive escondida embaixo de troncos, pedras, formigueiros e cupinzeiros.
jararaca-pintada (Bothrops neuwedi)
coral-verdadeira (Micrurus altirostris)
Moluscos
Ao longo da trilha que inicia na cancela do Parque (Eixo Central) até o Platô (topo do morro) foram localizadas, aproximadamente, cinco espécies nativas de Gastropoda (Pupisoma sp., Radiodiscus thomei, Habroconus semenlini, Tamayoa banghaasi, Megalobulimus abbreviatus) e uma exótica (Deroceras laeve), totalizando 121 exemplares.
(Deroceras laeve)
Depois ao longo de uma trilha no interior da mata densa (Trilha da Fonte) foram registradas oito espécies nativas de Gastropoda (Pupisoma sp., Radiodiscus thomei, Ptychodon schuppi schuppi, Habroconus semenlini, Tamayoa banghaasi, Adelopoma sp., Megalobulimus abbreviatus e Helicidae), totalizando 219 exemplares. Apenas nesta área do parque foram registradas as seguintes espécies: Adelopoma sp., este sendo o primeiro registro do gênero no Brasil. Os exemplares da família Helicidae, deverão ser estudados mais detalhadamente pois apresentam características ainda não registradas em espécies sul-americanas. Ptychodon schuppi schuppi, cuja ocorrência esteve restrita, até o momento, para São Leopoldo, ressalta-se que espécies do gênero Ptychodon estão associadas a matas tropicais e subtropicais do Brasil e da América do Sul.